'Nesta idade, a mulher não está com maturidade para isso', opina a atriz Thaís Melchior, cuja personagem está esperando um filho em Malhação
Cristal, interpretada por Thaís Melchior, descobre que está
grávida na trama de Malhação
Em Malhação, Cristal (Thaís Melchior) descobriu que está grávida e isso deve mudar completamente os rumos de sua vida. E também mexer muito com a vida de Gabriel (Caio Paduan), provável pai do bebê.
Um estudo do IBGE de Indicadores Sociais de 2010 comprova que a maternidade ocorre mais cedo em mulheres com menor grau de instrução. Segundo os dados, em 2009, de um grupo de mulheres grávidas com até sete anos de escolaridade, meninas de 15 a 19 anos representavam 20% das gestantes. Já entre as com mais de oito anos de escolaridade, estas garotas representavam pouco mais de 13%.Embora seja difícil fazer generalizações, o professor José Augusto Messias, diretor do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA/UERJ), afirma que, em geral, meninas que engravidam muito cedo são mais adolescentes/jovens das regiões norte/nordeste, com escolaridade insuficiente, condições sócio-econômicas precárias, dependentes dos pais. “Tudo caracterizando o real problema: qualquer gravidez em situação de vulnerabilidade social.”
A ginecologista Rebecca Guimarães de Oliveira, que também integra a equipe do NESA, concorda que há uma grande incidência de gravidez precoce nas classes econômicas mais inferiores. Mas salienta que, em muitos destes casos, a gravidez é desejada. “Muitas destas meninas não têm mais vínculo com a escola e até mesmo já vivem com o parceiro. Isso não quer dizer que relação deles vai durar, mas elas já estão com eles.”
Nas classes mais favorecidas economicamente, geralmente, são casos não planejados - como a situação de Cristal. De acordo com a médica, isso evidencia uma falta de orientação, mas não de informação. “Não que elas não saibam o que fazer, mas a mãe não leva ao médico e elas vão deixando. Elas têm a informação, mas não têm acesso. Às vezes elas engravidam no comecinho da vida sexual, nas primeiras relações.”
Professor José Augusto Messias
(Arquivo pessoal)
A opinião é a mesma do professor Messias: “Os dados disponíveis nos informam que a grande maioria das/dos adolescentes sabem muito sobre reprodução humana e os princípios gerais da contracepção. Daí a se cuidarem 100% do tempo vai uma diferença.”
A doutora Rebecca alerta ainda para uma situação que é comum nos casos das meninas de classes sociais mais elevadas: a ausência da figura paterna na criação. “A criança acaba sendo absorvida na família da menina. Acaba sendo criada com irmão ou irmã da garota. O menino (pai) não arca com nenhum papel. E, muitas vezes, é excluído do direito da paternidade.”
A atriz Thaís Melchior conta que, na época do colégio, conheceu duas meninas que engravidaram cedo, por volta dos 17 ou 18 anos. “Nos dois casos, ainda bem, os pais assumiram e elas estão criando os filhos da melhor maneira possível. Mas é uma situação que podendo evitar, melhor. Nesta idade, a mulher não está com maturidade para isso. Você precisa de uma maturidade psicológica e financeira. È melhor que venha no melhor momento de sua vida.”
Quando perguntada sobre o que faria caso estivesse passando pelo mesmo dilema de sua personagem, Thaís é bem franca: “Eu acho que ficaria muito nervosa. Tenho 21 anos, acho que estou muito nova. Apesar de ter o sonho de ser mãe, ia ficar muito nervosa, insegura. A responsabilidade a partir daquele momento ia aumentar 100%. Mas não teria coragem de fazer um aborto, ia dar muito amor, criar este filho com ajuda da minha família e do meu namorado.”
Cuidados de grávida e primeira vez
Em relação aos cuidados de saúde, os médicos salientam que é muito importante a jovem seguir todas as prescrições pertinentes. Assim que a garota tem o diagnóstico, ela já deve começar o pré-natal. Os procedimentos são os mesmos em qualquer gravidez: exames de sangue e urina (se a gravidez está no início) e, entre as 11ª e 13ª semanas, fazer a primeira ultrassonografia.
E para quem está começando a transar, o uso de contraceptivos é fundamental. O doutor José Augusto Messias ressalta que não existe regra e que a escolha do método mais adequado é personalizada, mas sugere, para os jovens que têm atividade sexual regular, o uso de anticoncepcional.
“Para aquelas com relações esporádicas, os métodos de barreira (camisinhas) são bem indicados, com a vantagem adicional e fundamental da proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Quando há a possibilidade de uma ‘falha’, a pílula do dia seguinte é uma alternativa possível.”
Para a doutora Rebecca, o imprescindível é que seja um método que a menina consiga usar. “Se menina não consegue tomar a pílula todo o dia, esquece, então o método não funciona. Muitas meninas optam pela injeção. O ideal é tentar usar a menor dose hormonal possível.”
A doutora Rebecca alerta ainda para uma situação que é comum nos casos das meninas de classes sociais mais elevadas: a ausência da figura paterna na criação. “A criança acaba sendo absorvida na família da menina. Acaba sendo criada com irmão ou irmã da garota. O menino (pai) não arca com nenhum papel. E, muitas vezes, é excluído do direito da paternidade.”
A atriz Thaís Melchior conta que, na época do colégio, conheceu duas meninas que engravidaram cedo, por volta dos 17 ou 18 anos. “Nos dois casos, ainda bem, os pais assumiram e elas estão criando os filhos da melhor maneira possível. Mas é uma situação que podendo evitar, melhor. Nesta idade, a mulher não está com maturidade para isso. Você precisa de uma maturidade psicológica e financeira. È melhor que venha no melhor momento de sua vida.”
Quando perguntada sobre o que faria caso estivesse passando pelo mesmo dilema de sua personagem, Thaís é bem franca: “Eu acho que ficaria muito nervosa. Tenho 21 anos, acho que estou muito nova. Apesar de ter o sonho de ser mãe, ia ficar muito nervosa, insegura. A responsabilidade a partir daquele momento ia aumentar 100%. Mas não teria coragem de fazer um aborto, ia dar muito amor, criar este filho com ajuda da minha família e do meu namorado.”
Cuidados de grávida e primeira vez
Em relação aos cuidados de saúde, os médicos salientam que é muito importante a jovem seguir todas as prescrições pertinentes. Assim que a garota tem o diagnóstico, ela já deve começar o pré-natal. Os procedimentos são os mesmos em qualquer gravidez: exames de sangue e urina (se a gravidez está no início) e, entre as 11ª e 13ª semanas, fazer a primeira ultrassonografia.
E para quem está começando a transar, o uso de contraceptivos é fundamental. O doutor José Augusto Messias ressalta que não existe regra e que a escolha do método mais adequado é personalizada, mas sugere, para os jovens que têm atividade sexual regular, o uso de anticoncepcional.
“Para aquelas com relações esporádicas, os métodos de barreira (camisinhas) são bem indicados, com a vantagem adicional e fundamental da proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Quando há a possibilidade de uma ‘falha’, a pílula do dia seguinte é uma alternativa possível.”
Para a doutora Rebecca, o imprescindível é que seja um método que a menina consiga usar. “Se menina não consegue tomar a pílula todo o dia, esquece, então o método não funciona. Muitas meninas optam pela injeção. O ideal é tentar usar a menor dose hormonal possível.”
FONTE: http://tvg.globo.com/novelas/malhacao/2011/Se-liga/noticia/2012/02/gravidez-na-adolescencia-confira-opiniao-da-atriz-e-de-especialistas.html
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